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Breve história da Adesão da Província do Grão Pará a Independência do Brasil

  • Publicado: Quarta, 14 de Agosto de 2019, 10h01
  • Última atualização em Quarta, 14 de Agosto de 2019, 10h53

O Brasil se torna independente no dia 7 de setembro de 1822 e a Província do Grão Pará não aceita fazer parte e continua fiel a Portugal. Somente em 15 de agosto de 1823 a adesão da província ocorre. Porém, essa adesão não foi tão simples. Dom Pedro I, Imperador do Brasil, envia para o Pará um comandante de fragata inglês, John Grenfill, que havia sido contratado para formar a Marinha brasileira. Para a Província do Grão Pará veio com a missão de incorporar o Pará ao Brasil, custe o que custar.


Na época, a sede da colônia portuguesa era no Palácio Lauro Sodré, no bairro da Cidade Velha. Foi no local que, no dia 15 de agosto de 1823, o documento de adesão do Pará foi assinado.
Segundo historiadores, parte da população paraense se revoltou. Três meses depois da assinatura do documento, houve uma manifestação onde atualmente é a Praça Frei Caetano Brandão. O que eles queriam eram direitos iguais aos dos portugueses que viviam no Pará.


O cônego Batista Campos era um dos líderes desse movimento e conseguiu escapar da morte. Mas, um grupo de paraenses não teve a mesma sorte do cônego. A Baía do Guajará foi palco de um massacre: 256 manifestantes foram colocados dentro do porão de um navio e morreram asfixiados. A embarcação ficou conhecida como Brigue Palhaço.


“O nome do navio é Brigue São José Diligente, em função do que aconteceu, da forma como eles foram mortos, em função inclusive da utilização de cal na morte dos homens, isso ganhou notoriedade e entrou para os anais da história dessa forma. A fisionomia dos paraenses que estavam mortos ali no porão, asfixiados, com os lábios e os olhos arroxeados e o rosto esbranquiçado lembravam palhaços”.


As camadas populares tinham uma expectativa de que a independência representasse mudanças radicais, de fato, na estrutura econômica, política e social do Brasil. Só que a independência, vamos tomar o exemplo do Pará: a adesão manteve o mesmo grupo que estava no poder antes, constituindo a maioria de portugueses, então os portugueses continuavam no poder. A escravidão foi mantida, não só no Pará, mas no Brasil inteiro. E essa frustração se tornou ressentimento que foi sendo remoído, com o passar dos tempos desencadeiam novos movimentos de revoltas como, por exemplo, a Cabanagem.

Texto: Júlio N. Silva Nascimento - Professor de História

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